quinta-feira, 27 de junho de 2013



O ouro do sertão
O sertão nordestino é constituído por diversos tipos de vegetação, sendo uma delas a Palma, que compreende as plantas de diversas espécies dos gêneros Opuntia e Nopalea, ambas da família Cactácea.
A palma forrageira no Brasil é motivo de muitas controvérsias entre os pesquisadores, pois afirmam que a introdução da palma se deu pelos portugueses na época da colonização, provavelmente trazida das Ilhas Canárias, sendo estas de origem mexicana. Inicialmente, foi utilizada para a produção de corantes naturais “carmim”, vindo a ser utilizada como forragem somente por volta de 1915 e introduzida no Nordeste, provavelmente depois após a seca de 1932, por ordem do Ministério da Viação, foram plantados do Piauí até a Bahia, diversos campos de demonstração, sendo este o primeiro grande trabalho de difusão da palma no Nordeste, mas a maior área de palma forrageira se concentra no agreste e sertão dos estados de Alagoas e Pernambuco.
A palma se consolidou, nas zonas áridas e semi-áridas como forrageira estratégica fundamental nos diversos sistemas de produção pecuário, no entanto, é uma planta de enorme potencialidade produtiva e de múltiplas utilidades, podendo ser usada na alimentação humana, na produção de medicamentos, cosméticos e corantes, na conservação e recuperação de solos, cercas vivas, paisagismo.
Muitos sertanejos a consideram “o ouro do sertão”, pois nos períodos de estiagem a mesma mata a fome do rebanho, que não encontram vegetação suficiente nos pastos para se alimentarem, a maioria dessas plantas crescem de maneira desordenada ou é cultivada em hortas familiares, os que não possuem esse plantio, a compram nos período de longas secas, por preços altíssimos devido à imensa procura.
Atualmente, agrônomos têm investido no cultivo da palma, introduzindo-a tanto na alimentação do gado, como também em testes para a produção do farelo de palma, pois do ponto de vista de deslocamento, fica muito mais fácil. Tanto o farelo quanto o plantio superadensado são inovações. Muitos testes e adaptações ainda virão, mas as apostas no sucesso do novo manejo são altas.
Não pense que solo do sertão é pobre não, meu senhor, é como fala o mestre Luiz Gonzaga “Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação! Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão.”

Laryssa Alves dos Passos



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